As vezes é preciso apelar para o passado, mesmo quando não se quer ser saudosista, e dizer que não há nada de novo na tal new diva do pop, Lady Gaga. A moça apesar de ter uma voz boa, o que é raridade em nossos dias, tropeça justamente no que deveria ser o diferencial: o estilo.
O que alguns julgam ser atitude nada mais é do que uma cópia americanizada da nossa maravilhosa tupiniquim Maria Alcina.
Roupa de carne? Maria Alcina se vestiu de jornal durante a ditadura... Faz uso de perucas coloridas? Maria Alcina fez isto no inicio dos anos 70... Lady Gaga tem estética gay? Maria Alcina ainda se mantém na vanguarda ao assumir uma estética andrógina. Seus clips são artísticos? Bem aqui caberia uma discussão sobre o que é arte, mas basta ver que Maria Alcina cantando “ Minha Carta (de amor) a um suicida” tendo ao fundo um painel de Juarez Machado lá pelos idos de 1978...
Maria Alcina é uma artista que seduz pela voz e por um certo borogodó que esta completamente ausente na nova diva do pop.
Maria Alcina é up, sua figura questiona o padrão através do deboche, da verve, do jogo de olhares e não pelos adereços, ao passo que Lady Gaga é um produto, uma espécie de manequim onde são penduradas idéias soltas, registros confusos de uma mensagem que fica no quase... Falta o principal: a alma...
Diferente de Madonna que para criar o clip de “Material Girl” foi buscar inspiração no clássico Metropolis, Lady Gaga quer apenas chocar, chamar atenção, causar sem nenhuma verdade oculta, e isto não pode ser chamado de talento e muito menos de manifestação artística...
Lady Gaga é uma novidade grisalha, a manifestação viva do que Cazuza cantou lá no final dos anos oitenta: eu vejo o futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades...
O triste é que muita gente aplaude sem perceber que o tempo não pára.
http://www.youtube.com/watch?v=1G6wH3gl33E Maria Alcina uma alma a flor da pele.
http://www.youtube.com/watch?v=VmwStN-Ou7M Maria Alcina e Juarez Machado
http://www.youtube.com/watch?v=dUAj5AIEauQ Maria Alcina gay 1974
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